QUESTÕES - ENEM

Questão

Questão 50:

O Egito é visitado anualmente por milhões de turistas de todos os quadrantes do planeta, desejosos de ver com os próprios olhos a grandiosidade do poder esculpida em pedra há milênios: as pirâmides de Gizeh, as tumbas do Vale dos Reis e os numerosos templos construídos ao longo do Nilo.

O que hoje se transformou em atração turística era, no passado, interpretado de forma muito diferente, pois

a) significava, entre outros aspectos, o poder que os faraós tinham para escravizar grandes contingentes populacionais que trabalhavam nesses monumentos.
b) representava para as populações do alto Egito a possibilidade de migrar para o sul e encontrar trabalho nos canteiros faraônicos.
c) significava a solução para os problemas econômicos, uma vez que os faraós sacrificavam aos deuses suas riquezas, construindo templos.
d) representava a possibilidade de o faraó ordenar a sociedade, obrigando os desocupados a trabalharem em obras públicas, que engrandeceram o próprio Egito.
e) significava um peso para a população egípcia, que condenava o luxo faraônico e a religião baseada em crenças e superstições.
Resolução

Resposta: Letra A

Habilidade: Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço.

Comentários: O Egito era um estado teocrático, ou seja, o faraó era considerado um representante dos deuses na terra. Esta imagem do governante tornava sua autoridade indiscutível, despótica. Assim, grandes contingentes humanos foram escravizados e muitos monumentos foram erguidos para representar esta autoridade. Vale ressaltar que existem, hoje, teorias que dizem que estes monumentos não foram erguidos por escravos, mas por trabalhadores livres.
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Como resolver questões objetivas em provas e concursos

Questão

Questão 49:

Do ponto de vista geopolítico, a Guerra Fria dividiu a Europa em dois blocos. Essa divisão propiciou a formação de alianças antagônicas de caráter militar, como a OTAN, que aglutinava os países do bloco ocidental, e o Pacto de Varsóvia, que concentrava os do bloco oriental. É importante destacar que, na formação da OTAN, estão presentes, além dos países do oeste europeu, os EUA e o Canadá. Essa divisão histórica atingiu igualmente os âmbitos político e econômico que se refletia pela opção entre os modelos capitalista e socialista.

Essa divisão europeia ficou conhecida como

a) Cortina de Ferro.
b) Muro de Berlim.
c) União Europeia.
d) Convenção de Ramsar.
e) Conferência de Estocolmo.

Resolução

Resposta: Letra A

Habilidade: Identificar os significados histórico-geográficos das relações de poder entre as nações.

Comentários: Winston Churchill - primeiro-ministro britânico - criou a expressão Cortina de Ferro para fazer uma referência à divisão da Europa em duas partes: Europa Oriental (socialista) com influência da União Soviética, e Europa Ocidental (capitalista), influenciada pelos Estados Unidos.

Questão
Questão 48:

O ano de 1968 ficou conhecido pela efervescência social, tal como se pode comprovar pelo seguinte trecho, retirado de texto sobre propostas preliminares para uma revolução cultural: “É preciso discutir em todos os lugares e com todos. O dever de ser responsável e pensar politicamente diz respeito a todos, não é privilégio de uma minoria de iniciados. Não devemos nos surpreender com o caos das ideias, pois essa é a condição para a emergência de novas ideias. Os pais do regime devem compreender que autonomia não é uma palavra vã; ela supõe a partilha do poder, ou seja, a mudança de sua natureza. Que ninguém tente rotular o movimento atual; ele não tem etiquetas e não precisa delas”.

(Journal de la comune étudiante. Textes et documents. Paris: Seuil, 1969 (adaptado)).

Os movimentos sociais, que marcaram o ano de 1968,

a) foram manifestações desprovidas de conotação política, que tinham o objetivo de questionar a rigidez dos padrões de comportamento social fundados em valores tradicionais da moral religiosa.
b) restringiram-se às sociedades de países desenvolvidos, onde a industrialização avançada, a penetração dos meios de comunicação de massa e a alienação cultural que deles resultava eram mais evidentes.
c) resultaram no fortalecimento do conservadorismo político, social e religioso que prevaleceu nos países ocidentais durante as décadas de 70 e 80.
d) tiveram baixa repercussão no plano político, apesar de seus fortes desdobramentos nos planos social e cultural, expressos na mudança de costumes e na contracultura.
e) inspiraram futuras mobilizações, como o pacifismo, o ambientalismo, a promoção da equidade de gêneros e a defesa dos direitos das minorias.

Resolução

Resposta: Letra E

Habilidade: Analisar as lutas sociais e conquistas obtidas no que se refere às mudanças nas legislações ou nas políticas públicas.

Comentários: A década de 1960 foi um período de grande efervescência cultural, com o surgimento de movimentos sociais que questionavam o sistema vigente, em especial a Guerra Fria e suas repercussões, como a Guerra do Vietnã. Dizer que estes movimentos eram desprovidos de conotação política é absurdo, e invalida as alternativas A e D. Também não eram conservadores e tiveram grande alcance geográfico, o que invalida as alternativas B e C.

Questão

Questão 47:

Os regimes totalitários da primeira metade do século XX apoiaram-se fortemente na mobilização da juventude em torno da defesa de ideias grandiosas para o futuro da nação. Nesses projetos, os jovens deveriam entender que só havia uma pessoa digna de ser amada e obedecida, que era o líder. Tais movimentos sociais juvenis contribuíram para a implantação e a sustentação do nazismo, na Alemanha, e do fascismo, na Itália, Espanha e Portugal.

A atuação desses movimentos juvenis caracterizava-se

a) pelo sectarismo e pela forma violenta e radical com que enfrentavam os opositores ao regime.
b) pelas propostas de conscientização da população acerca dos seus direitos como cidadãos.
c) pela promoção de um modo de vida saudável, que mostrava os jovens como exemplos a seguir.
d) pelo diálogo, ao organizar debates que opunham jovens idealistas e velhas lideranças conservadoras.
e) pelos métodos políticos populistas e pela organização de comícios multitudinários.

Resolução

Resposta: Letra A

Habilidade: Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço.

Comentários: Os regimes totalitários adotavam uma postura de direita radical, estimulando a violência como forma de gerar obediência ao partido. Assim, não há qualquer aspecto democrático nos totalitarismos, o que anula as alternativas B, C e D. A única alternativa que poderia gerar dúvida no candidato é a E, mas devemos lembrar que o populismo também é adotados em regimes de esquerda.
 
Questão

Questão 46:

A primeira metade do século XX foi marcada por conflitos e processos que a inscreveram como um dos mais violentos períodos da história humana.

Entre os principais fatores que estiveram na origem dos conflitos ocorridos durante a primeira metade do século XX estão

a) a crise do colonialismo, a ascensão do nacionalismo e do totalitarismo.
b) o enfraquecimento do império britânico, a Grande Depressão e a corrida nuclear.
c) o declínio britânico, o fracasso da Liga das Nações e a Revolução Cubana.
d) a corrida armamentista, o terceiro-mundismo e o expansionismo soviético.
e) a Revolução Bolchevique, o imperialismo e a unificação da Alemanha.
Resolução

Resposta: Letra A

Habilidade: Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, políticos, econômicos ou ambientais ao longo da história.

Comentários: Bom, os conflitos ocorridos na primeira metade do século XX foram a Primeira e Segunda Guerra Mundial. Desta forma, os três fatos históricos citados na letra A são os que melhor explicam a deflagração destes conflitos. Corrida Nuclear, Revolução Cubana, Terceiro-Mundismo são fatos relacionados à segunda metade do século XX.

Questão

Questão 61:

O ano de 1954 foi decisivo para Carlos Lacerda. Os que conviveram com ele em 1954, 1955, 1957 (um dos seus momentos intelectuais mais altos, quando o governo Juscelino tentou cassar o seu mandato de deputado), 1961 e 1964 tinham consciência de que Carlos Lacerda, em uma batalha política ou jornalística, era um trator em ação, era um vendaval desencadeado não se sabe como, mas que era impossível parar fosse pelo método que fosse.
(Hélio Fernandes. Carlos Lacerda, a morte antes da missão cumprida. In: Tribuna da Imprensa, 22/5/2007 (com adaptações)).

Com base nas informações do texto acima e em aspectos relevantes da história brasileira entre 1954, quando ocorreu o suicídio de Vargas (em grande medida, devido à pressão política exercida pelo próprio Lacerda), e 1964, quando um golpe de Estado interrompe a trajetória democrática do país, conclui-se que

(A) a cassação do mandato parlamentar de Lacerda antecedeu a crise que levou Vargas à morte.
(B) Lacerda e adeptos do getulismo, aparentemente opositores, expressavam a mesma posição político-ideológica.
(C) a implantação do regime militar, em 1964, decorreu da crise surgida com a contestação à posse de Juscelino Kubitschek como presidente da República.
(D) Carlos Lacerda atingiu o apogeu de sua carreira, tanto no jornalismo quanto na política, com a instauração do regime militar.
(E) Juscelino Kubitschek, na presidência da República, sofreu vigorosa oposição de Carlos Lacerda, contra quem procurou reagir.
Resolução

Resposta: Letra E

Habilidade: Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, políticos, econômicos ou ambientais ao longo da história.

Comentários: A questão trata de Carlos Lacerda, um dos maiores opositores de Getúlio Vargas, e responsável direto pela dor-de-cabeça de Juscelino Kubitsheck. O embate entre Kubitscheck e Lacerda é o tema desta questão. No mais, eliminamos alternativas absurdas e/ou anacrônicas.
 
Questão

Questão 60:

Em discurso proferido em 17 de março de 1939, o primeiro-ministro inglês à época, Neville Chamberlain, sustentou sua posição política: “Não necessito defender minhas visitas à Alemanha no outono passado, que alternativa existia? Nada do que pudéssemos ter feito, nada do que a França pudesse ter feito, ou mesmo a Rússia, teria salvado a Tchecoslováquia da destruição. Mas eu também tinha outro propósito ao ir até Munique. Era o de prosseguir com a política por vezes chamada de "apaziguamento europeu", e Hitler repetiu o que já havia dito, ou seja, que os Sudetos, região de população alemã na Tchecoslováquia, eram a sua última ambição territorial na Europa, e que não queria incluir na Alemanha outros povos que não os alemães.”
(Internet: (com adaptações)).

Sabendo-se que o compromisso assumido por Hitler em 1938, mencionado no texto acima, foi rompido pelo líder alemão em 1939, infere-se que

(A) Hitler ambicionava o controle de mais territórios na Europa além da região dos Sudetos.
(B) a aliança entre a Inglaterra, a França e a Rússia poderia ter salvado a Tchecoslováquia.
(C) o rompimento desse compromisso inspirou a política de "apaziguamento europeu".
(D) a política de Chamberlain de apaziguar o líder alemão era contrária à posição assumida pelas potências aliadas.
(E) a forma que Chamberlain escolheu para lidar com o problema dos Sudetos deu origem à destruição da Tchecoslováquia.

Resolução

Resposta: Letra A

Habilidade: Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, políticos, econômicos ou ambientais ao longo da história.

Comentários: Esta questão aborda as ambições expansionistas do nazismo, no contexto do rompimento da "política de apaziguamento" proposta por Chamberlain. As outras alternativas ou são absurdas, ou apresentam elementos anacrônicos.

Questão

Questão 47:

A Peste Negra dizimou boa parte da população européia, com efeitos sobre o crescimento das cidades. O conhecimento médico da época não foi suficiente para conter a epidemia. Na cidade de Siena, Agnolo di Tura escreveu: “As pessoas morriam às centenas, de dia e de noite, e todas eram jogadas em fossas cobertas com terra e, assim que essas fossas ficavam cheias, cavavam-se mais. E eu enterrei meus cinco filhos com minhas próprias mãos (...) E morreram tantos que todos achavam que era o fim do mundo.”
(Agnolo di Tura. The Plague in Siena: An Italian Chronicle. In: William M. Bowsky. The Black Death: a turning point in history? New York: HRW, 1971 (com adaptações)).

O testemunho de Agnolo di Tura, um sobrevivente da Peste Negra, que assolou a Europa durante parte do século XIV, sugere que

(A) o flagelo da Peste Negra foi associado ao fim dos tempos.
(B) a Igreja buscou conter o medo da morte, disseminando o saber médico.
(C) a impressão causada pelo número de mortos não foi tão forte, porque as vítimas eram poucas e identificáveis.
(D) houve substancial queda demográfica na Europa no período anterior à Peste.
(E) o drama vivido pelos sobreviventes era causado pelo fato de os cadáveres não serem enterrados.
Resolução

Resposta: Letra A

Habilidade: Comparar diferentes pontos de vista, presentes em textos analíticos e interpretativos, sobre situação ou fatos de natureza histórico-geográfica acerca das instituições sociais, políticas e econômicas.

Comentários: Esta questão é tão boba, que eu me questiono se o Enem tem a qualidade de emburrecer, ao invés de engrandecer intelectualmente os candidatos. Uma questão como essa, com tão rica fonte documental, poderia ter sido explorado de outra forma, na minha humilde opinião.
Questão

Questão 59:

Na América inglesa, não houve nenhum processo sistemático de catequese e de conversão dos índios ao cristianismo, apesar de algumas iniciativas nesse sentido. Brancos e índios confrontaram-se muitas vezes e mantiveram-se separados. Na América portuguesa, a catequese dos índios começou com o próprio processo de colonização, e a mestiçagem teve dimensões significativas. Tanto na América inglesa quanto na portuguesa, as populações indígenas foram muito sacrificadas. Os índios não tinham defesas contra as doenças trazidas pelos brancos, foram derrotados pelas armas de fogo destes últimos e, muitas vezes, escravizados.

No processo de colonização das Américas, as populações indígenas da América Portuguesa

(A) foram submetidas a um processo de doutrinação religiosa que não ocorreu com os indígenas da América inglesa.
(B) mantiveram sua cultura tão intacta quanto a dos indígenas da América inglesa.
(C) passaram pelo processo de mestiçagem, que ocorreu amplamente com os indígenas da América inglesa.
(D) diferenciaram-se dos indígenas da América inglesa por terem suas terras devolvidas.
(E) resistiram, como os indígenas da América inglesa, às doenças trazidas pelos brancos.

Resolução

Resposta: Letra A

Habilidade: Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço.

Comentários: A questão compara o modelo de conversão dos indígenas na América Inglesa e Portuguesa. É neste ponto que chegamos na resposta correta. Em seguida, o texto mostra outros aspectos relacionados às sociedades indígenas, como o genocídio, a vulnerabilidade às doenças e a escravidão. Estes aspectos, enfim, podem ser utilizados para eliminar as alternativas absurdas.


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Questão

Questão 42:

Existe uma regra religiosa, aceita pelos praticantes do judaísmo e do islamismo, que proíbe o consumo de carne de porco. Estabelecida na Antiguidade, quando os judeus viviam em regiões áridas, foi adotada, séculos depois, por árabes islamizados, que também eram povos do deserto.

Essa regra pode ser entendida como

(A) uma demonstração de que o islamismo é um ramo do judaísmo tradicional.
(B) um indício de que a carne de porco era rejeitada em toda a Ásia.
(C) uma certeza de que do judaísmo surgiu o islamismo.
(D) uma prova de que a carne do porco era largamente consumida fora das regiões áridas.
(E) uma crença antiga de que o porco é um animal
impuro.
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Resumo: Civilização Hebraica

Resolução

Resposta: Letra E

Habilidade: Associar as manifestações culturais do presente aos seus processos históricos.

Comentários: Apesar de parecer simples, esta questão pode ser uma "pegadinha". Isto porque o candidato pode ficar em dúvida nas letras A e C. Apesar de algumas semelhanças nos dogmas e manifestações religiosas, o Islamismo não surgiu do Judaísmo.
Questão

Questão 19:



Um dia, os imigrantes aglomerados na amurada da proa chegavam à fedentina quente de um porto, num silêncio de mato e de febre amarela. Santos. — É aqui! Buenos Aires é aqui! — Tinham trocado o rótulo das bagagens, desciam em fila. Faziam suas necessidades nos trens dos animais onde iam. Jogavam-nos num pavilhão comum em São Paulo. — Buenos Aires é aqui! — Amontoados com trouxas, sanfonas e baús, num carro de bois, que pretos guiavam através do mato por estradas esburacadas, chegavam uma tarde nas senzalas donde acabava de sair o braço escravo. Formavam militarmente nas madrugadas do terreiro homens e mulheres, ante feitores de espingarda ao ombro.
(Oswald de Andrade. Marco Zero II – Chão. Rio de Janeiro: Globo, 1991).

Levando-se em consideração o texto de Oswald de Andrade e a pintura de Antonio Rocco reproduzida acima, relativos à imigração européia para o Brasil, é correto afirmar que

(A) a visão da imigração presente na pintura é trágica e, no texto, otimista.
(B) a pintura confirma a visão do texto quanto à imigração de argentinos para o Brasil.
(C) os dois autores retratam dificuldades dos imigrantes na chegada ao Brasil.
(D) Antonio Rocco retrata de forma otimista a imigração, destacando o pioneirismo do imigrante.
(E) Oswald de Andrade mostra que a condição de vida do imigrante era melhor que a dos ex-escravos.
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Resumo: Segundo Reinado: Economia, Sociedade e Crise da Monarquia

Resolução

Resposta: Letra C

Habilidade: Comparar pontos de vista expressos em diferentes fontes sobre determinado aspecto da cultura.

Comentários: Confrontando a imagem e o texto, percebemos que ambas as fontes destacam as dificuldades e o sofrimento que grande parte dos imigrantes passaram a chegar ao Brasil.


Questão

Questão 20:

São Paulo, 18 de agosto de 1929.

Carlos [Drummond de Andrade],
Achei graça e gozei com o seu entusiasmo pela candidatura Getúlio Vargas – João Pessoa. É. Mas veja como estamos... trocados. Esse entusiasmo devia ser meu e sou eu que conservo o ceticismo que deveria ser de você. (...). Eu... eu contemplo numa torcida apenas simpática a candidatura Getúlio Vargas, que antes desejara tanto. Mas pra mim, presentemente, essa candidatura (única aceitável, está claro) fica manchada por essas pazes fragílimas de governistas mineiros, gaúchos, paraibanos (...), com democráticos paulistas (que pararam de atacar o Bernardes) e oposicionistas cariocas e gaúchos. Tudo isso não me entristece. Continuo reconhecendo a existência de males necessários, porém me afasta do meu país e da candidatura Getúlio Vargas. Repito: única aceitável.
Mário [de Andrade]

(Renato Lemos. Bem traçadas linhas: a história do Brasil em cartas pessoais. Rio de Janeiro: Bom Texto, 2004, p. 305).

Acerca da crise política ocorrida em fins da Primeira República, a carta do paulista Mário de Andrade ao mineiro Carlos Drummond de Andrade revela

(A) a simpatia de Drummond pela candidatura Vargas e o desencanto de Mário de Andrade com as composições políticas sustentadas por Vargas.
(B) a veneração de Drummond e Mário de Andrade ao gaúcho Getúlio Vargas, que se aliou à oligarquia cafeeira de São Paulo.
(C) a concordância entre Mário de Andrade e Drummond quanto ao caráter inovador de Vargas, que fez uma ampla aliança para derrotar a oligarquia mineira.
(D) a discordância entre Mário de Andrade e Drummond sobre a importância da aliança entre Vargas e o paulista Júlio Prestes nas eleições presidenciais.
(E) o otimismo de Mário de Andrade em relação a Getúlio Vargas, que se recusara a fazer alianças políticas para vencer as eleições.
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Resumo: República Oligárquica

Resolução

Resposta: Letra A

Habilidade: Interpretar historicamente e/ou geograficamente fontes documentais acerca de aspectos da cultura.

Comentários: A questão aborda fatos relacionados à crise política que levou ao fim da República Velha e à subida de Getúlio Vargas ao poder, em 1930. O candidato deve interpretar a carta escrita pelo poeta modernista Mário de Andrade ao seu par Carlos Drummond de Andrade. Na carta, apesar de defender a candidatura de Vargas, Mário de Andrade mostra decepção frente às alianças políticas. Um bom conhecimento do fato histórico vai fazer o candidato eliminar prontamente as alternativas, B,C,D e E.
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Questão

Questão 21:

Em 4 de julho de 1776, as treze colônias que vieram inicialmente a constituir os Estados Unidos da América (EUA) declaravam sua independência e justificavam a ruptura do Pacto Colonial. Em palavras profundamente subversivas para a época, afirmavam a igualdade dos homens e apregoavam como seus direitos inalienáveis: o direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade. Afirmavam que o poder dos governantes, aos quais cabia a defesa daqueles direitos, derivava dos governados. Esses conceitos revolucionários que ecoavam o Iluminismo foram retomados com maior vigor e amplitude treze anos mais tarde, em 1789, na França.
(Emília Viotti da Costa. Apresentação da coleção. In: Wladimir Pomar. Revolução Chinesa. São Paulo: UNESP, 2003 (com adaptações)).

Considerando o texto acima, acerca da independência dos EUA e da Revolução Francesa, assinale a opção correta.

(A) A independência dos EUA e a Revolução Francesa integravam o mesmo contexto histórico, mas se baseavam em princípios e ideais opostos.
(B) O processo revolucionário francês identificou-se com o movimento de independência norte-americana no apoio ao absolutismo esclarecido.
(C) Tanto nos EUA quanto na França, as teses iluministas sustentavam a luta pelo reconhecimento dos direitos considerados essenciais à dignidade humana.
(D) Por ter sido pioneira, a Revolução Francesa exerceu forte influência no desencadeamento da independência norte-americana.
(E) Ao romper o Pacto Colonial, a Revolução Francesa abriu o caminho para as independências das colônias ibéricas situadas na América.

Questão

Questão 58:

A velha Totonha de quando em vez batia no engenho. E era um acontecimento para a meninada... Que talento ela possuía para contar as suas histórias, com um jeito admirável de falar em nome de todos os personagens, sem nenhum dente na boca, e com uma voz que dava todos os tons às palavras! Havia sempre rei e rainha, nos seus contos, e forca e adivinhações. E muito da vida, com as suas maldades e as suas grandezas, a gente encontrava naqueles heróis e naqueles intrigantes, que eram sempre castigados com mortes horríveis! O que fazia a velha Totonha mais curiosa era a cor local que ela punha nos seus descritivos. Quando ela queria pintar um reino era como se estivesse falando dum engenho fabuloso. Os rios e florestas por onde andavam os seus personagens se pareciam muito com a Paraíba e a Mata do Rolo. O seu Barba-Azul era um senhor de engenho de Pernambuco.
(José Lins do Rego. Menino de Engenho. Rio de Janeiro: José Olympio, 1980, p. 49-51 (com adaptações)).

Na construção da personagem “velha Totonha”, é possível identificar traços que revelam marcas do processo de colonização e de civilização do país. Considerando o texto acima, infere-se que a velha Totonha

(A) tira o seu sustento da produção da literatura, apesar de suas condições de vida e de trabalho, que denotam que ela enfrenta situação econômica muito adversa.
(B) compõe, em suas histórias, narrativas épicas e realistas da história do país colonizado, livres da influência de temas e modelos não representativos da realidade nacional.
(C) retrata, na constituição do espaço dos contos, a civilização urbana européia em concomitância com a representação literária de engenhos, rios e florestas do Brasil.
(D) aproxima-se, ao incluir elementos fabulosos nos contos, do próprio romancista, o qual pretende retratar a realidade brasileira de forma tão grandiosa quanto a européia.
(E) imprime marcas da realidade local a suas narrativas, que têm como modelo e origem as fontes da literatura e da cultura européia universalizada.
Resolução

Resposta: Letra E

Habilidade: Interpretar historicamente e/ou geograficamente fontes documentais acerca de aspectos da cultura.

Comentários: Esta questão exige perspicácia do candidato, pois mistura elementos históricos com literatura e interpretação de texto. A personagem conta histórias que unem aspectos do cotidiano colonial brasileiro, com elementos de narrativa da cultura européia, como reis, rainhas e reinos.

Questão

Questão 41:

Ao visitar o Egito do seu tempo, o historiador grego Heródoto (484 – 420/30 a.C.) interessou-se por fenômenos que lhe pareceram incomuns, como as cheias regulares do rio Nilo. A propósito do assunto, escreveu o seguinte:

“Eu queria saber por que o Nilo sobe no começo do verão e subindo continua durante cem dias; por que ele se retrai e a sua corrente baixa, assim que termina esse número de dias, sendo que permanece baixo o inverno inteiro, até um novo verão. Alguns gregos apresentam explicações para os fenômenos do rio Nilo. Eles afirmam que os ventos do noroeste provocam a subida do rio, ao impedir que suas águas corram para o mar. Não obstante, com certa freqüência, esses ventos deixam de soprar, sem que o rio pare de subir da forma habitual. Além disso, se os ventos do noroeste produzissem esse efeito, os outros rios que correm na direção contrária aos ventos deveriam apresentar os mesmos efeitos que o Nilo, mesmo porque eles todos são pequenos, de menor corrente.”
(Heródoto. História (trad.). livro II, 19-23. Chicago: Encyclopaedia Britannica Inc. 2.ª ed. 1990, p. 52-3 (com adaptações)).

Nessa passagem, Heródoto critica a explicação de alguns gregos para os fenômenos do rio Nilo. De acordo com o texto, julgue as afirmativas abaixo.

I Para alguns gregos, as cheias do Nilo devem-se ao fato de que suas águas são impedidas de correr para o mar pela força dos ventos do noroeste.
II O argumento embasado na influência dos ventos do noroeste nas cheias do Nilo sustenta-se no fato de que, quando os ventos param, o rio Nilo não sobe.
III A explicação de alguns gregos para as cheias do Nilo baseava-se no fato de que fenômeno igual ocorria com rios de menor porte que seguiam na mesma direção dos ventos.

É correto apenas o que se afirma em

(A) I.
(B) II.
(C) I e II.
(D) I e III.
(E) II e III.
Resolução

Resposta: Letra A

Habilidade: Analisar de maneira crítica as interações da sociedade com o meio físico, levando em consideração aspectos históricos e(ou) geográficos.

Comentários: Esta questão mistura conhecimentos de História e Geografia. Ao utilizar a fala de Heródoto, a questão foge da frase clássica que se tornou lugar comum - "O Egito é uma dádiva do Nilo" - e busca uma outra abordagem. O candidato deve buscar, sem muita dificuldade, a resposta na fala de historiador grego.
Questão

Questão 38:



Na obra Entrudo, de Jean-Baptiste Debret (1768-1848), apresentada acima,

(A) registram-se cenas da vida íntima dos senhores de engenho e suas relações com os escravos.
(B) identifica-se a presença de traços marcantes do movimento artístico denominado Cubismo.
(C) identificam-se, nas fisionomias, sentimentos de angústia e inquietações que revelam as relações conflituosas entre senhores e escravos.
(D) observa-se a composição harmoniosa e destacam-se as imagens que representam figuras humanas.
(E) constata-se que o artista utilizava a técnica do óleo sobre tela, com pinceladas breves e manchas, sem delinear as figuras ou as fisionomias.

Resolução

Resposta: Letra D

Habilidade: Interpretar historicamente e/ou geograficamente fontes documentais acerca de aspectos da cultura.

Comentários: Esta questão está mais fundamentada na arte em si, do que no contexto histórico em que está inserida. E esta é a maior pegadinha na questão.

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